Independentemente da
importância que lhe queiramos atribuir, não vale a pena contrariar o inegável:
todas as mulheres usam roupa interior (bem, pelo menos, quase todas, quase
sempre).
A roupa interior é o primeiro
passo para nos sentirmos confortáveis ou para nos sentirmos muito
desconfortáveis.
Na hora de escolher uma roupa
interior vale a pena perder um bocadinho de tempo e até mesmo ter algum
aconselhamento para escolher as peças certas para o nosso corpo. Todas as
mulheres são diferentes e se, mesmo as modelos, para pousarem nos catálogos e
desfilarem nas passerelles, precisam
que a roupa seja ajustada aos seus corpos, não será normal dedicarmos um
bocadinho de atenção quando escolhemos um acessório que vamos vestir o dia
inteiro, tantos dias da nossa vida?
Peças para todos os corpos e
aconselhamento personalizado podem não existir em todas as lojas mas existem em
algumas, por isso vale a pena procurar.
E se, indiscutivelmente, o mais
importante, no que toca à lingerie é
que seja confortável, evidencie o melhor que há em cada mulher e disfarce o
pior que há em cada uma, não podemos ignorar o seu poder para apimentar uma
relação. Se já Freud explicou a ligação da lingerie
com o erotismo, como um fetiche, a criação de um desejo, quem somos nós para
contradizer o grande mestre da psicanálise?
O surgimento das primeiras
peças de lingerie remontam ao segundo
milénio a. C.. Mais do que mera roupa íntima, há muito que a lingerie é, simultaneamente, uma verdadeira arma de sedução com a
capacidade de aguçar os mais ousados desejos masculinos, instigando a
curiosidade e a imaginação. É um jogo onde a mulher dita as regras,
deliberadamente ou não!
A lingerie mostra e ao mesmo tempo esconde
aquilo que o homem mais quer ver. Ou talvez não queira, uma vez que
sensualidade não é sinónimo de nudez.
Uma lingerie sexy pode ser mais excitante do que um corpo despido. Daí,
coexistirem, nos nossos dias, com as tangas e o fio-dental, as tradicionais cintas,
saiotes, combinações, cintas-liga e os espartilhos que se mantém como símbolos
de sexualidade.
No entanto, quando falamos em
erotismo e em fetiche, não é só ao maravilhoso mundo do imaginário masculino
que nos referimos. A lingerie tem o
poder de desenvolver a autoconfiança feminina pois a mulher sente-se poderosa e
desejada. E de facto, tem motivos para isso! Ao vestir um cinto-liga ou um
espartilho bordado, qualquer mulher encarna a personagem de sedutora. Eu diria
mesmo, de predadora e não há homem que lhe possa resistir!
Vestir uma lingerie sexy é exaltar o que de mais feminino pode haver numa
mulher! E engane-se quem associa essa sensualidade à vulgaridade!
Bordada, rendada, estampada,
lisa, transparente, com lacinhos, há-a para todos os gostos, tamanhos e idades.
As lojas podem apresentar novas coleções todos as estações mas não podem deixar
de acompanhar os gostos que, aparentemente, neste campo, não se alteram assim
muito. Embora não tenha encontrado trabalhos científicos dedicados ao assunto,
os estudos de mercado apontam para os tradicionais preto e vermelho como as
cores de eleição dos homens. E quem é que não se rende, ainda hoje, a uma bela
peça de estilo burlesco?
A lingerie é, de facto, a grande arma de
sedução e conquista. No entanto, a intimidade é algo que um
casal constrói, em conjunto, e que não depende de convenções sociais nem de
modas. Namorar é sempre maravilhoso, seja em que fase da vida for,
independentemente da idade que se tenha. Em todas as fases da vida é possível
obter prazer sexual e a confiança e o grau de conhecimento que o casal adquire,
ao longo dos anos, permitem uma maior satisfação e prazer, não obstante as
alterações biológicas e fisiológicas inerentes ao processo de envelhecimento.
Um homem e uma
mulher que se amem fazem-no de forma inteira e completa, muito para além da
idade, das rugas, de todas e quaisquer limitações físicas e psicológicas e,
claro, de qualquer peça de lingerie.
Além disso, na
rotina das mulheres “reais” é muito natural que não haja tempo, nem disposição
para conjugar peças de roupa interior ou para vestir acessórios pouco
confortáveis. Ainda assim, são essas mesmas mulheres “reais” que têm
necessidades “reais” tais como se sentirem desejadas, sensuais, femininas e
bonitas.
Quanto a mim,
vejo a lingerie mais sensual como um
jantar romântico ou uma viagem… quando um homem e uma mulher se amam, para se
sentirem felizes um com o outro, basta estarem juntos. Não precisam de comemorações,
de festas, de passeios, nem de prendas valiosas. Mesmo assim, sair de vez em
quando num programa a dois, gravar o percurso do casal com momentos especiais
que se eternizam e ecoam para sempre nas suas memórias conjuntas, é mimar e
cuidar da relação e isso não pode ser, outra coisa senão algo muito, muito bom
e recomendável!
Isso é viver a
vida!
Ana Rita Janeiro
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